Aos 81 anos, Alzira Coelho aguarda há quase um mês no Hospital Municipal Irmã Dulce, em Praia Grande, por um procedimento cirúrgico no fêmur (osso mais longo do corpo, localizado na coxa), quebrado após uma queda em casa.

Desde a chegada dela ao local, três operações foram marcadas, mas nenhuma realizada.

"A primeira vez não fizeram (a cirurgia) porque a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) não tinha vagas. Na segunda oportunidade, disseram que ela não estava apta por conta da pressão alterada. A terceira, marcada para sexta-feira, foi cancelada também por falta de espaço no setor de tratamento intensivo”, diz a estudante Ana Carolina Coelho dos Santos, neta de Alzira.

Ela conta que na última vez em que a cirurgia foi desmarcada por falta de leitos, um quadro na entrada do hospital – que aponta o número de vagas disponíveis – mostrava dois lugares vazios na UTI.

A família questionou a médica sobre o adiamento da cirurgia e os riscos da idosa não ser operada. A resposta: “A operação é necessária, mas eu não sei o que fazer”, teria dito a cirurgiã, conforme relato da neta.

Ana Carolina afirma que a avó está desgastada emocionalmente e que, inclusive, perdeu bastante peso. “Ela não quer mais comer e está cada dia pior, muito debilitada”.

Alzira demonstra tristeza com a situação. “Eu fico chateada de estar com dores e não ser operada”.

Resposta

Em nota, o Hospital Irmã Dulce informa que está adotando medidas para diminuir os problemas relacionados à disponibilidade de vagas na UTI, voltadas ao atendimento de alta complexidade.

“Durante a próxima semana, um leito no setor será destinado apenas para a realização de procedimentos de pacientes com o mesmo tipo de lesão. A diretoria da unidade informa, ainda, que nos próximos dias a cirurgia da paciente Alzira Coelho será realizada”.

O hospital ressalta que o estado de saúde da paciente é estável e que todas as ações relacionadas ao tratamento prescrito foram desenvolvidas, inclusive a compra do material necessário para a cirurgia.

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