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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Prontos-socorros públicos têm condições precárias e falhas grave

Pacientes em macas nos corredores, dificuldade para transferir os doentes, falta de materiais e equipes de profissionais incompletas estão entre os principais pontos negativos apontados no território paulista.

O drama citado acima consta em um relatório divulgado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). O trabalho é fruto de uma fiscalização em 71 serviços de urgência e emergência realizada de fevereiro a abril deste ano.

Na nossa região, foram inspecionados seis locais: PS Central de Santos, Hospital Guilherme Álvaro (HGA – Santos), Hospital Municipal Irmã Dulce (Praia Grande), PS Municipal de Itanhaém, Hospital Municipal de São Vicente (antigo Crei) e Hospital Santo Amaro (Guarujá).

O delegado do Cremesp na Baixada Santista, Luiz Flávio Florenzano, explica que as informações serão enviadas ao Ministério e às secretarias municipais e de Estado de Saúde, O relatório será endereçado ainda ao Ministério Público Estadual.

A ideia da ação foi fiscalizar os PSs e mostrar a frágil realidade dos serviços, com o objetivo de cobrar das autoridades competentes uma solução para as falhas apontadas.

“Os resultados locais não fogem da realidade estadual e do País. Eles apontam que esse cenário é reflexo da falta de políticas públicas de saúde eficientes e o subfinanciamento do SUS”, explicou.

Na visão dele, a questão de recursos humanos está relacionada diretamente às condições precárias de trabalho e à inexistência de um plano de carreira de Estado para a categoria.

Consequências

Segundo o Cremesp, macas nos corredores foram detectadas, por exemplo, no HGA, Irmã Dulce, PS de Itanhaém e em São Vicente. Isso pode significar o excesso de demanda para o serviço, equipe médica insuficiente, ausência de leitos comuns e de UTIs, assim como o não oferecimento de algumas especialidades na região.

As equipes de profissionais da Medicina incompletas são atribuídas à dificuldade de contratação, devido ao nível salarial não atrativo, excesso de demanda, insegurança e problemas de acesso à unidade.

Já a falta de chefias nos plantões desorganiza o serviço e sobrecarrega a equipe, na avaliação da entidade, enquanto a inexistência de médicos diaristas prejudica o acompanhamento de quem permanece mais tempo no PS do que o ideal.

A ausência de pelo menos um item da lista de 28 materiais de uso permanente crítico foi a única irregularidade que se repetiu em todas os seis estabelecimentos da Baixada Santista vistoriados.

Já a inexistência de protocolos de atendimento com classificação de risco deixa de direcionar de maneira racional e humanitária a demanda. O ideal é que os pacientes sejam classificados de acordo com o grau de sofrimento, de gravidade e risco de morrer, priorizando aqueles que precisam de atendimento primário.

Problemas na sala de emergência, como acontece no PS Central de Santos, também preocupam. Esse é o principal e o primeiro espaço de cuidados nas urgências e emergências e a evolução do paciente depende muito desse atendimento inicial.

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